top of page

NEUROARQUITETURA APLICADA A PROJETOS COMERCIAIS (disciplina de pós - IPOG)

  • Lu_rsr
  • 6 de jun. de 2023
  • 3 min de leitura

Material desenvolvido para atividade prévia - módulo 8 - Master em NeuroArquitetura IPOG

Por Luciana R. S. Rodrigues em 28/10/2022


As espacialidades comerciais possuem, em suas essências, nossas potencialidades socioculturais. Se, pelos estudos da neurociência, passamos a tatear conhecimentos inerentes a nós e ao nosso funcionamento humano-ambiental, também passamos a assumir a responsabilidades atreladas a eles em dimensão, complexidade e capacidade adaptativa. Cabendo, assim, aos envolvidos – em especial, aos arquitetos urbanistas por suas percepções holísticas – um cuidado, uma sensibilidade, um sentido intencionado, não apenas com as concepções espaciais alinhadas às propostas e necessidades levantadas, analisadas e acordadas, mas também, com as interferências implicadas em relação à dinâmica proativa da vizinhança, ao favorecimento do convívio inclusivo e diversificado, ao fortalecimento da cultura da região, ao equilíbrio entre os mundos internos e externos, ao amparo às experiencias de aprendizagem dentre todos e quaisquer usuários.


Quando pensamos em comércio como local de troca – onde ambiente caracteriza a situação enquanto localidade, cultura, temporalidade e, troca, caracteriza a subjetividade enquanto conjunto de interações entre organismos e/ou matérias inorgânicas (duas ou mais pessoas, pessoa-objetos, pessoa-biodiversidade, pessoa-ambiente) – compreendemos sua função existencial para com uma sociedade. Se há valor naquilo que se oferece aos semelhantes – seja produto, serviço, acolhimento, vivência, conhecimento – há sentido, há significado, há cultura em sua origem. Um espaço que conte essa história, expresse essas memórias, reflita as emoções inspiradores dessa oferenda, nos educa o valor do respeito, da compreensão, do amparo, do social. Permite que uma única espacialidade se torne a pluralidade do vir a ser – incitando significado àqueles que vivenciam a troca. Um convite à identificação de lugares onde as mensagens são universais e multissensoriais de tal forma que sua flexibilidade nos mova em diferentes fases da vida. Um interagir com distrações positivas que nutrem nossas relações – individuais, sociais, ambientais – e que nos instigam a experimentar aquilo que nosso semelhante nos oferece enquanto melhoria para nossa qualidade do viver. Um desvendar de como sua personalidade, sua cultura, sua identidade, seu pertencer podem contribuir para a evolução da nossa Espécie, para o fortalecimento da nossa Humanidade, para a preservação da nossa magnitude – nosso Ecossistema. Uma apreensão de inovações naturais – nossas origens; da criatividade proporcionada pela presença, pelo estudo, pela experimentação em reconhecimento à casualidade e à efemeridade do ser vivo.


Neste contexto, percebemos a relevância dos processos minuciosos e aprofundados necessários em fases iniciais, em abordagens de projetos – em relação a loco, finalidades, interessados, afetados, existências, faltas, prosperidade. Se é verdade que as intenções ganham maior assertividade com cada vez mais avanços tecnológicos e científicos expressos por biossensores e métricas de neurociência, também é verdade que pouco temos controle sobre o futuro, as interferências externas, a adaptabilidade. Quais serão as necessidades, os fatos, os contextos, as trocas, as sinapses do amanhã? Tendencias podem nos alertar e nos direcionar a possíveis cenários, assim como as evidências científicas, mas não podemos nos limitar ao conforto do conhecido e à pretensão do domínio. Prever espaços passíveis de mudanças, de transformações, de adaptações, tal como nossa natureza, é um presente para o futuro, um cuidado com as novas gerações, uma retribuição para a nossa diversidade.


Um serviço, um produto, um comércio não são unidades, unificações, segregações, repetições – eles fazem parte de quem somos, de onde estamos, de como convivemos. Uma continuidade de movimentos entre figuras e fundos, na transdisciplinaridade dos valores humanos e ecossistêmicos. Coexistimos com os elementos, com os fluxos, com as dinâmicas, com os estímulos, com os propósitos existenciais, com os simbolismos de nossas raízes ancestrais. Para muito além das cores, metrificações, materialidades, vendas – as emoções vivem, as recompensas irradiam, os valores transcendem. Estas se desenvolvem na abundância da biodiversidade, na liberdade do sentir, no equilíbrio do renascer, no complemento das oposições, na integração do Espírito, no respeito à Terra, no amor à vida. Projetar uma espacialidade comercial é conciliar propósitos, valores e estímulos que promovam nossas trocas culturais, nossos convívios socioambientais, nossa consciência da Identidade Humana por meio de estratégias que ampliem nossas compreensões; que qualifiquem nossas forças, capacidades, virtudes, personalidades; que promovam nossa educação, cooperatividade e fraternidade social de forma contextualizada ao sítio de intervenção e oportuna ao desconhecido.

Comments


Post: Blog2 Post
bottom of page