NEUROILUMINAÇÃO (disciplina de pós - IPOG)
- Lu_rsr
- 6 de jun. de 2023
- 2 min de leitura
Material desenvolvido para atividade prévia - módulo 9 - Master em NeuroArquitetura IPOG
Por Luciana R. S. Rodrigues em 25/11/2022
A iluminação tem grande interferência na nossa saúde. Seja por questões de conforto visual, de respostas emocionais, seja por questões biológicas - em especial, o ritmo circadiano. A estética também encontra seu lugar, mas as interferências fisio-biológicas apontam uma relevância primordial na iluminação do nosso cotidiano. Tamanha importância sinaliza a necessidade de ser considerada integrativamente na ação projetual.
Assim como demais elementos e sistemas estimulantes emocionalmente dos quais temos condições de controle e reprodução artificial, a iluminação se destaca na ação projetual pela sua influência ainda mais profunda em nossos sistemas biológicos - em especial, sua relação direta com o ritmo circadiano. Ainda que possa se aproveitar da melhor forma a iluminação natural em seu contexto de intervenção, a iluminação integrativa permite promover a coerência, sob aspectos fisio-biológicos, entre as luzes de ambientes externos (naturais) e internos (complementares / artificiais) de maneira a garantir os estímulos adequados aos nossos sistemas biológicos de regulação interno. Mesmo em ambientes existentes e deficientes com relação à incidência solar e ao recebimento de luz natural, a iluminação integrativa se instrumenta de alternativas que permitem melhorar essa condição com seus sistemas artificiais, resguardando a saúde dos seres vivos afetados.
Toda utilização de recursos, tal como a luz colorida, como elemento compositivo de uma arquitetura requer cautela, intencionalidade, estudo (em desenvolvimento da concepção inicial em parcerias a equipes com conhecimentos aprofundados nos recursos em questão) e análise pós-implantação para verificar se os estímulos e reações prováveis e esperadas estão sendo efetivos. Principalmente em relação a luzes coloridas, visto que alteram as percepções das mais variadas formas em cada indivíduo e, já tendo conhecimento sobre variações de percepções mais significativas como os tipos de Daltonismo, o cuidado deve ser ainda maior.
Não somente sob aspectos fisio-biológicos, a iluminação integrativa também é capaz de intervir em questões psicológicas e sociais, sendo mais um fator importante de ser contemplado na promoção de convívio, proatividade e bem-estar. Os contrates, as intensidades, as cores, os ofuscamentos, as refletâncias, a distribuição, a composição das fontes luminosas, bem como os meios de controle de sistemas individuais e do sistema completo são exemplos das variadas configurações que podemos avaliar em relação a um único projeto. Neste aspecto, a tecnologia também permite a sobreposição de opções, garantido maiores oportunidades de ambientações dentro de mesma espacialidade, assim como, melhor adequação aos usuários no momento de uso. Assim, a partir da compreensão das necessidades biológicas dos seres vivos e das intensões propostas para as espacialidades em estudo e do contexto de intervenção abrangendo a dimensão da iluminação, é possível promover maior naturalidade e adaptabilidade e, consequentemente, maior percepção de bem-estar e vitalidade aos afetados.
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